Sara dos Santos Jorge
Curso: Medicina
Aprovação: UFES
Nos dois primeiros anos do Ensino Médio, estudava sempre que tinha prova, mas nunca na véspera, com alguns dias de antecedência para poder dar tempo de tirar as dúvidas que apareciam. Nessas épocas, estudava de duas a três horas por dia durante uns quatro dias. Não estudava todos os dias porque sempre dava tempo de estudar tudo, a quantidade de matéria era pequena quando comparada com o pré-vestibular.
Fiz o ensino médio todo no CEFETES e lá a preocupação com o vestibular é mínima, os professores não falavam muito do assunto e não ocorria revisão de todas as matérias do Ensino Médio como no Darwin. Esse fato me fez fazer pré-vestibular junto com o terceiro ano. Então, ia para o CEFETES na parte da manhã e para o pré à tarde. Como estudava em tempo integral e ainda tinha a obrigação de passar de ano no C EFETES – as provas lá eram muito difíceis – não me sobrava muito tempo para estudar para o vestibular. Quando possível, estudava umas duas horas por noite.
Sempre reservei tempo para o lazer, nunca abria mão dos finais de semana. Procurei não me afastar das atividades de lazer que sempre tive para ficar em casa estudando. Saía todos os sábados e domingos e acho que isso é fundamental para a distração do aluno para que ele possa esquecer de todo o estresse que é o vestibular.
Estudava nos finais de semana sempre que a matéria estava atrasada. Estudava muito as discursivas nos finais de semana, pois assim conseguia manter as outras matérias em dia estudando-as durante a semana. Nos finais de semana só estudava na parte da manhã, deixando livre a tarde e a noite para o lazer.
Sempre me interessei pela área médica. No Ensino Médio, assim que tive contato com as matérias de biologia e química, me apaixonei pelas mesmas. Minha grande inspiração foi a minha mãe que sempre teve o sonho de fazer medicina, mas nunca teve oportunidade. Quando estava na sétima série, meu primo passou na UFES para medicina, foi ai que tive certeza que queria aquilo pra mim. Depois disso, fazer medicina na UFES se tornou meu grande sonho e o meu maior objetivo.
Quando fazia pré-vestibular eu acreditava que estudava muito, sempre resolvia todos os exercícios das matérias dadas no dia e, para isso, tinha que me dedicar de 4 a 5 horas diárias. Hoje vejo que estudava o mínimo, a faculdade de medicina é muito exigente, você tem que estudar muito mesmo, e nas épocas de prova, a dedicação é dobrada. Como as responsabilidades de um médico são muito grandes a quantidade de matéria é muita, e você tem que estar com tudo em dia para poder acompanhar o ritmo do professor e absorver o máximo possível. Além disso, o curso é integral na maioria dos dias e por isso, só sobra o período da noite para estudar e, quando é período de prova, a madrugada se torna nossa grande aliada!
O meu caso foi diferente de todos que já vi. Quando terminei o ensino médio e não fui aprovada na UFES para medicina, fui fazer engenharia metalúrgica no CEFETES porque tinha conseguido aprovação e meu pai conseguiu me convencer de ir fazer o curso. Fiz um período e desisti. Em agosto do mesmo ano entrei no pré-vestibular intensivo depois de ter perdido tempo. Apesar do ritmo corrido, estudava muito, mas não foi o suficiente para passar. Fiquei por dois pontos na UFES, pois não entrava no sistema de cotas. Após este fato, entrei o ano passado no pré- vestibular do Darwin. Como o tempo era bem mais folgado, conseguia estudar tudo e mantia sempre as matérias em dia. Consegui finalmente ser aprovada. Acho que nos anos anteriores o que faltava para eu ser aprovada foi o tempo para me dedicar de verdade e estudar para o vestibular. Apesar de tudo, valeu a pena.
Sobre a inclusão do ENEM substituindo a 1ª etapa do Vestibular da UFES não a considero positiva.O ENEM como primeira fase foi a pior decisão que a UFES e outras faculdades tomaram. O ENEM não avalia o melhor aluno (aquele que estudou e sabe mais), mas sim o aluno que tem paciência, calma e tranquilidade. A prova é extremamente mal elaborada e o tempo de resolução não é suficiente, ou seja, às vezes o aluno bom vai mal porque não teve tempo de terminar a prova ou, às vezes, o aluno ruim ou não tão bem preparado vai bem porque o nível de algumas questões é extremamente baixo – já que a prova é feita para todo o Brasil e o desnível educacional do país é muito acentuado.
Outro fato importante é que a forma de contabilizar os pontos é extremamente confusa e quase impossível de ser entendida, favorecendo alguns e prejudicando outros. No meu caso, fiz muito mais pontos em linguagem e literatura (43 das 45) do que em matemática (31 das 45), mas na minha nota oficial, a nota de português veio 675 de 1000 e a de matemática 890 de 1000. Qual a lógica? Até hoje não entendo. Sem contar que minha irmã, na contagem final, fez mais pontos no resultado oficial do que na prova propriamente dita (na prova fez 93 questões, na contagem final foi como ela tivesse feito 112 pontos). Acho que o governo fez isso para poder aumentar a média dos alunos brasileiros, como sempre, tentando cobrir uma falha com artifícios estúpidos. Este ato prejudica os alunos que se dedicaram e, em alguns casos, elimina bons alunos do vestibular. Sou totalmente contra o ENEM e torço para que o mesmo não dê certo – que a prova seja roubada de novo ou outra coisa – para que o governo abandone de vez esta idéia estúpida de nivelar um país que já é desnivelado em todos os aspectos.
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